Projeto Jari: Do Sonho de Daniel Ludwig à Recuperação Judicial
- conexaogospelamapa
- 15 de abr.
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Megaempreendimento na Amazônia enfrenta desafios ambientais e econômicos ao longo das décadas
O Projeto Jari, concebido em 1967 pelo bilionário norte-americano Daniel Keith Ludwig, representa um dos mais ambiciosos empreendimentos privados na Amazônia brasileira. Localizado na fronteira entre o Pará e o Amapá, o projeto visava transformar uma vasta área de floresta em um polo agroindustrial, com foco na produção de celulose, arroz e criação de gado.

Para concretizar sua visão, Ludwig adquiriu uma área de aproximadamente 16 mil km²—equivalente ao estado de Sergipe—e investiu na construção de uma fábrica de celulose no Japão, que foi transportada em plataformas flutuantes até o Brasil. Além disso, foi necessário desenvolver infraestrutura básica, incluindo portos, estradas e a cidade de Monte Dourado, destinada a abrigar os trabalhadores do projeto.
No entanto, o projeto enfrentou inúmeros desafios. Problemas técnicos, ambientais e sociais, aliados à falta de retorno financeiro, levaram Ludwig a abandonar o empreendimento em 1982. Estima-se que ele tenha investido cerca de 1,15 bilhão de dólares na iniciativa.
Após a saída de Ludwig, o projeto passou por diversas administrações. Em 2000, foi adquirido pelo Grupo Orsa, que buscou tornar a operação economicamente viável e ambientalmente sustentável, obtendo certificações internacionais.
Recentemente, a Jari Celulose enfrentou dificuldades financeiras, levando à aprovação de um plano de recuperação judicial. O plano prevê a retomada gradual da produção, com a meta de alcançar 180 mil toneladas anuais. Se bem-sucedido, espera-se que as atividades sejam retomadas ainda este ano.

O Projeto Jari permanece como um exemplo emblemático dos desafios de conciliar desenvolvimento econômico com preservação ambiental na Amazônia.
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